Não foi exatamente uma chegada triunfal. Após um dia de trabalho intenso, pegar o carro e sair de Macaé por volta das sete da noite e chegar em Paraty às duas e meia da madrugada do sábado e, ainda por cima, sem reserva de hotel, foi um grande desafio.
Mas, tudo bem, a viagem mesmo longa foi agradável e fazia um friozinho gostoso quando cheguei lá.
No sábado, estava participando do encontro com o jornalista americano Jon Lee Anderson. Tendo atuado na cobertura de várias guerras, incluindo a ocorrida mais recentemente no Iraque, e sendo um dos biógrafos do revolucionário Che Guevara, achei que ele teria boas histórias para comentar.
Não me enganei. No entanto, não quero destacar suas histórias e comentários diversificados sobre suas experiências jornalísticas.
Quero registrar apenas algo que ele mencionou como óbvio e que reforçou um pensamento pessoal:
“Não se vive a realidade. Vivemos percepções.”
De fato, esse pensamento define claramente o que penso sobre nossas crenças e visão do mundo.
Cada um de nós enxerga o mundo segundo sua maneira de perceber as coisas, os fatos, as pessoas e tudo mais que exista ou não.
Quando se acredita em algo, isso passa a ser a realidade, ou melhor, a realidade de quem acredita.
Não importa mais a realidade em si. Importa o que pensamos dela e consequentemente o que consideramos real.
Para pessoas melancólicas, o mundo está a beira do abismo final e isso é absolutamente real para ela.
Para as entusiasmadas e otimistas, o mundo é um grande parque de diversões que vai acrescentando novos brinquedos e desafios a cada dia.
Atualmente, fico cada vez mais curioso em conhecer as várias percepções que cercam nossas vidas.
A percepção em Paraty foi muito boa.